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Quem nunca leu um livro, ou assistiu a um filme, detestou o final e ficou imaginando como seria o seu final perfeito? Pois bem, isso acontece comigo o tempo todo. A desilusão mais recente se deu com "personagens reais". A Fazenda de Verão chegou ao fim, e entrei em abstinência de ManoGelis, e para piorar elas terminaram, então resolvi escrever uma fanfic...
Aos escritores de plantão que quiserem postar suas histórias aqui, é só falar.

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quarta-feira, 24 de abril de 2013


Juntando os Pedaços

CAPÍTULO 03

POV MANOELLA
27 de Fevereiro
Manoella desacelerou para um passo tranquilo quando entrou na pequena cafeteria perto de sua casa. Muito a seu pesar, ela quase não havia dormido na noite anterior. A loira fora deitar-se com a intenção de recuperar o sono perdido há vários dias, mas acordou com o coro do amanhecer. Sua mãe ainda estava dormindo. Então ela se vestiu rápida e silenciosamente antes de ir para um passeio aparentemente sem destino.
Ela repreendeu-se pela caminhada, e se sentiu devidamente castigada quando deslizou através da pequena porta de vidro da cafeteria. O lugar estava relativamente calmo nesse horário cedo, apesar das inúmeras pessoas nele contidas. A maioria estava tranquilamente esperando ser atendida antes de partir para mais um dia de trabalho.
Manoella assistiu um par de jovens garotas sentadas numa mesa a sua direita. A maioria das pessoas não teria notado que as duas são um casal, mas, desde seu envolvimento com Angelis, a estilista tornou-se mais sensível para notar esse tipo de coisa. A forma como a garota ruiva olhava para a loira, como se elas fizessem parte de um segredo que ninguém mais poderia alcançar. A loira pegou um guardanapo e, sorrindo, limpou o excesso de açúcar que havia ficado no canto da boca da ruiva. As duas compartilharam um sorriso, e nesse instante Manoella desviou o olhar, não só porque ela sentiu como se estivesse invadindo o momento intimo das duas, mas porque a interação entre elas era perturbadoramente familiar.
A imagem de uma morena a abraçando por trás e mimadamente pedindo-lhe para preparar o café, assaltou a mente de Manoella com força. Rapidamente seguida de outra imagem, onde a mesma morena pulava em seu colo exigindo cafuné.
Talvez fosse mais inteligente tentar afastar essas lembranças, mas a loira não conseguiria, não hoje. Então, ao invés de tentar escapar desses pensamentos, Manoella deixou a mente vagar entre eles, tocando brevemente em momentos diferentes. Ela fechou os olhos, as imagens dançando atrás de suas pálpebras. Ela foi abençoada com uma memória clara, e encontrou o passado facilmente para trazê-lo de volta à mente.
A estilista havia considerado atender a ligação de Angelis no dia anterior, aceitar o abraço quente da voz e das palavras que a amada dizia. Claramente, Angelis não a odiava e havia até oferecido certo conforto. A morena não tinha demonstrado nenhuma raiva, e Manoella ficou maravilhada com o fato. Como era, ela ponderou, que Angelis poderia não sentir nenhum ressentimento em relação a ela?
Mas, em seguida, veio a ttcam, e tanto quanto Manoella podia compreender que o que estava motivando as ações de Angelis naquele momento eram raiva e dor, ela não podia aceitar calmamente ter o nome da mãe envolvido desta forma. Sua mãe podia não estar feliz com a natureza de seu relacionamento com Angelis, mas no final das contas foi da própria Manoella a decisão de dar um fim a tudo. Era sobre ela que deveria cair o peso das cobranças, e a loira não se contentaria com nada diferente disso.
Tempo Presente
Beth sentiu um sorriso triste formar-se em seu rosto enquanto observava a filha com carinho. Apesar de sua maturidade duramente conquistada, havia algo de menina em Manoella naquele momento. Encantadora e simpática. A imagem de uma garotinha tentando manter-se acordada apesar de já ter passado em muito seu horário de dormir. Isso a lembrava de quando a filha era pequena, sempre independente.
"Talvez seja hora de dormir um pouco." Beth sugeriu tão gentilmente quanto conseguiu. "Não foi para isso que, pela primeira vez esta semana, você veio para casa?"
Manoella se sentia culpada. Era verdade. Ela tem gastado cada minuto do seu tempo no ateliê. A loira havia prometido à mãe que elas passariam algum tempo juntas, mas até agora não tinha feito qualquer esforço para cumprir essa promessa.
Beth sempre se sentira orgulhoso do quanto a filha é trabalhadora, a forma como Manoella se dedica a fazer de sua marca um sucesso... Mas desde que voltou para casa, a estilista tem exagerado. E Beth já não tem ideias para convencê-la a abrandar. A jovem senhora sabe que neste momento não é apenas a vontade de ser profissionalmente bem sucedida que está fazendo a filha focar-se tanto no trabalho. A loira tem usado isso como uma barreira, uma proteção contra pensamentos e lembranças indesejadas.
Manoella devolveu à mãe um olhar, ao mesmo tempo incerto e culpado. Claramente, ela estava na necessidade do sono, mas totalmente relutante em sair.
"Não será bom para ninguém se você dormir e machucar a mão na maquina de costura.” Beth ajuizou com a filha. “Vá para a cama.” completou com uma nota de autoridade na voz.
A loira assentiu calmamente.  Ela levantou-se e deu um beijo agradecido no rosto da mãe, antes de ir para o quarto. Esgotamento escrito em cada um de seus passos, Beth fez uma careta ao perceber isso. Ela esperava que a filha fosse sensata e descansasse mais nos próximos dias.
Ela guardou com cuidado os croquis nos quais Manoella estava trabalhando, e se certificou de que a maquina de costuras estava desligada. Depois de alguns minutos, ela também se retirou para o quarto, desejando que a filha pudesse ter uma boa noite de sono.
* * *
Dia seguinte
Manoella xingou baixinho quando percebeu que estava tentando abrir a porta do ateliê com a chave de casa. Ela procurou a chave certa dentro da bolsa, tentando equilibrar sua pasta de desenhos e o copo de café que havia comprado no caminho.
A fechadura finalmente clicou solta, e ela deu um pequeno empurrão com a ponta do sapato para abrir a porta. A loira jogou o cabelo para trás de seu rosto e tomou um gole de café, tentando terminar o copo. Ela estava realmente apressada, tendo dormido mais do que deveria esta manhã.
Ela olhou ao redor para o lugar que além de seu ambiente de trabalho havia se tornado seu refugio, aqui ela não precisava fingir estar bem. Dentro dessas paredes ela podia deixar seus sentimentos extravasarem, derramando-os na ponta de seu lápis e criando modelos exclusivos. Este era o único lugar onde a loira se permitia chorar e lembrar, aqui não haveria ninguém para julgá-la, além dela mesma. E a credite, por si só, ela poderia ser um carrasco e tanto.
A loira desligou o celular e tirou o telefone do gancho, ela não queria ser perturbada em seu local de paz. Agora era hora de criar, e era apenas nisso que ela iria focar.
* * *
O dia fora produtivo, Manoella conseguira adiantar muito do que havia planejado para a marca.
A loira olhou para o relógio e se assustou quando viu a hora, ela ainda não havia comido nada e nem teria tempo para isso agora. Havia um encontro de fãs no qual ela tinha prometido tentar comparecer.
Manoella pegou sua bolsa e trancou o ateliê. Ela entrou no carro e dirigiu para o shopping.
Não foi difícil achar o lugar do encontro. Mesmo em um grupo pequeno suas Caprichetes sabem fazer-se notar. Quando viram a loira, todas soltaram exclamações emocionadas.
Manoella parou um momento, lembrando-se de outro encontro. Angelis ao seu lado, a multidão imediatamente começara a canta “Pedaço Meu”, foi um dia feliz. Mas dessa vez as garotas deviam saber que essa não seria uma recepção adequada, elas respeitaram o momento da loira.
A estilista foi muito atenciosa com todos, tirou fotos, brincou. Ela só ficou um pouco desconfortável com uma ou outra fã que tentava agir como sua amiga de infância, mas tentou relevar. O dia estava bom demais para se preocupar com coisas sem importância.
Ela estava sorrindo de verdade pela primeira vez em muito tempo.

Essa fanfic é de autoria da @CavalinhoBorges


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