Realidade Paralela

 

Com Carinho

CAPÍTULO 01

O passado nunca vai embora.

Preciso voltar a viver, sair, conhecer outras pessoas. Faz um mês que nos separamos e ela simplesmente não me liga não me responde e muito menos voltou aqui para conversarmos. Não excluo a minha parte da culpa, mas eu jamais agiria dessa maneira. Não é assim que se termina um relacionamento. Mas como ela sempre diz: "toda história possui dois lados." O grande problema é que estamos as duas muito confiantes em seus lados.

Está uma noite linda e ainda por cima sexta-feira. Fiquei sabendo que ela está em São Paulo para um show ou algo parecido, porém mesmo sabendo dos meus sentimentos ela não me disse nada e muito menos demonstrou interesse em me procurar para conversarmos ou buscar suas coisas, o que me machuca e me desespera, pois sentir o cheiro dela já me arrepia a alma. Só sei que ela está aqui por causa da internet e isso me dói muito, parece que somos apenas conhecidas.
Meu telefone toca arrancando de mim todos esses pensamentos.

Angelis: alô!

Danny: amiga, sou eu Danny! Desce estamos aqui embaixo te esperando.
Angelis: tô descendo!

A boate estava mega cheia e eu louuuuca para beber e dançar. Joguei-me dentro de tanto trabalho esse mês para me distrair que acabei esquecendo me divertir.

Bebemos muito, dançamos mais ainda. Meus amigos estavam todos muito contentes por conseguirem me tirar de casa. Mas de repente percebi que a alegria deles era por algo mais. Depois de mais ou menos 02h00 min de balada, a cachaça já havia nos dominado, chega uma amiga deles que não era de meu conhecimento. A menina muito bonita, mas eu não estava na vybe!

Me surpreendi olhando para ela, pois apesar de todo sofrimento,eu tinha minhas necessidades. Resolvi me apresentar e ver no que dava.

Angelis: oiiee!

Nívea: oiiee!

Angelis: e aí! Está gostando da balada?! É sua primeira vez em Sampa?!?

Nívea: ainnn estou adorando! Então sou do rio e já vim algumas vezes em Sampa, mas nunca tinha vindo aqui. E também nunca vi você com a galera!

Angelis: É! Andei meio sumida, estava trabalhando demais esse mês e nos últimos três meses eu estava namorando, daí já viu neh?!

O papo rolou quase a balada inteira e fiquei feliz de ter alguém diferente pra conversar. Tenho que confessar, ela é uma ótima dançarina e eu também não estava fazendo feio. Eu já estava muito alterada e ela também. O pessoal já estava na contagem regressiva de quem atacaria primeiro.  Eu jamais teria tido essa atitude, mas ela já não pensava assim.

Quando resolvi ir ao banheiro ela me seguiu. Eu claro não vi e entrei no reservado normalmente, fiz minhas necessidades e quando abri a porta, ela estava lá! Linda, cabelos negros, um corpo escultural e aqueles olhos castanhos me olhando. Ela calmamente me admirava e quase que num piscar de olhos ela me empurrou de volta e trancou a porta.

Meu coração disparou, não sabia se estava preparada para aquilo. Mas ela não me deixava pensar e me beijava como se eu fosse algo necessário a sua sobrevivência. Suas mãos percorriam todo o meu corpo e suas pernas roçavam as minhas de forma quase que frenética.  Me envolvi num calor de imenso prazer e resolvi fechar os olhos e me entregar.

A galera resolveu ir embora e eu já estava vendida. Quando percebi já havia a convidado para ir ao meu apartamento para passarmos a noite juntas. Nos despedimos do pessoal e pegamos um taxi para ir pra casa.

Eu rapidamente abri a porta do apartamento e logo fomos para o quarto. Envolvidas em puro prazer ,rolamos na cama e entre beijos e caricias , esbarrei no travesseiro da Manu que ainda estava no mesmo lugar que ela havia deixado. Olhei para nívea automaticamente na esperança de vê-la deitada ali, na esperança de que fosse somente ela: "Manoella”. Apertei os olhos me chamando de volta à realidade, mas aquela cama era "dela" só "dela". O que fazer??? Meu coração disparou e não consegui continuar! Olhei para nívea e ela rapidamente percebeu o acontecido e de maneira educada me disse que entendia e que não queria me forçar a nada. Aquilo me tranquilizou e comecei a chorar. Parecia que tudo que havia ocorrido na boate e ali era uma grande traição. Meu sofrimento aumentava cada vez mais e nívea se sentindo culpada disse que iria embora. Rapidamente me recompus me desculpei e pedi para que ela ficasse afinal era de madrugada e não deixaria que ela fosse embora sozinha.
Cansadas, caímos no sono. Involuntariamente ela me abraçou, mesmo eu tentando esquivar. Desisti e deixei, pois era apenas um abraço numa noite qualquer.
Resolvi dormir para aquela noite passar rapidamente.

Ao amanhecer, algo parecia estranho, uma sensação de que alguém estava me observando. Contra a minha vontade, pois ainda era muito cedo para mim, resolvi abrir os olhos.

Meu coração ficou pequenininho, minha respiração resolveu faltar, esfreguei os olhos como quando temos a impressão de ter visto uma miragem e me deparei com aqueles cabelos loiros e aqueles olhos azuis de cílios longos e de brilho quase ausente naquele momento. Não era uma miragem, era ela, Manoella. Não conseguia pensar. Ela sem dizer uma palavra nos observava ao pé da cama, deitadas de conchinha.
Sutilmente e em silêncio ela deu a volta e saiu em direção à sala, fechando calmamente a porta do quarto.

Levantei em um rompante. Não acreditava no que tinha acabado de ver. Saí em direção à sala e lá estava ela, juntando algumas coisas que ainda estavam lá e colocando em uma mala. Tinha imaginado tanto esse momento, tudo o que eu queria falar, perguntar, saber, mas as palavras simplesmente não saíam. Eu queria xingar, bater, abraçar e beijar. Eu não conseguia formar uma frase qualquer. Gaguejando saiu um: "eu ainda te amo." Me aproximei e vi seus olhos emaranhados. Ela em silêncio, continuava a arrumar as malas. Me aproximei e repeti : cê tah ouvindo ?!? Eu ainda te amo!

Por alguns minutos esqueci que eu tinha uma mulher em minha cama ainda dormindo e tinha o amor da minha vida que fora embora sem explicação terminando de arrumar as poucas coisas que ainda estavam lá.

Angelis: Mano, não é nada disso que você está pensando, eu posso explicar.

Manoela sem conseguir arrumar as ideias em sua cabeça, não podia naquele momento exigir nada de Angelis, afinal fora ela quem havia ido embora.

Mano: Angelis você não tem o que se explicar, nós estamos separadas e eu não posso exigir nada de você.

Angelis: ainda sim eu quero conversar com você.

Mano: não precisa Angelis!!

Angelis: mas porque você está chorosa então?!  Porque você está assim?!? Me diz do que você precisa ?!

Após um longo suspiro...

Mano: eu preciso da minha amiga. Eu preciso do meu amor de volta.

Essa fanfic é de autoria da @pequenna_16